domingo, 31 de outubro de 2010

Céu estrelado
De estrelas-cadente
Pedidos abobados
Pelo mesmo remetente
Céu estrelado
Tão cheio de estrelas
De seu bem mais precioso
(Lua)Sequer precisa
Céu estrelado
Aos poucos nublado
De cheiro engraçado
Não mude assim tão rápido..
Amanhã há de haver sol
Caso contrário, o que será de mim
Sem teu brilho de cor dourada
Sem teu cheiro de areia molhada
Sem teu jeito de me fazer amada?
Céu estrelado,
Que poema bobo!
Mais bobos são meus pedidos
Às tuas serviçais
Que não cumprem suas simples tarefas
De realizar meu desejo
Céu estrelado,
Que tola você faz de mim!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Memórias Póstumas de Ti

Querido Falecido,

     Soubesse eu que tua morte seria pior que tua permanência, teria eu te deixado ficar. Insiste em voltar pra dizer que a morte não é o fim de tudo aquilo em que acreditamos, e, na realidade, nos deixa mais próxima da lembrança, uma vez que ela traz a culpa à tona. Não é como se eu fosse fazer diferente hoje em dia, houvera passado tanto tempo, ainda acho que fôra o certo a fazer. Sabe, há tanto a ser dito nesses dias ensolarados e ao mesmo tempo nublados, o quão confuso isso é? Sabia que aqui é Primavera? Eu te contei o quanto eu amo a Primavera? A calma trazida por ela, na verdade, trazida pelas estações, ter a certeza de que quando o ciclo acaba ele recomeça..É gostoso ver que tudo muda, mas ao mesmo tempo, nada muda. Traz-me uma tranquilidade nunca mais sentida desde que tu te foras, e me deixara aqui sozinha, nesse enorme e assustador mundo, desamparada feito uma criança. Tu perdeste a chance de ver o tanto que cresci, não sou mais menina, sou mulher. Não amo, não desenvolvi tal capacidade ainda, mas eu sei que excluindo da vida tal capacidade eu me privo da felicidade de viver.
    Amado, o passado há de ficar para trás, enterrado junto de ti em tua cova. Mas faz questão de infernizar meus dias na Terra e sair rondando minha casa pela noite, ou de entrar na minha cabeça e sair depois de dias, semanas, meses... Tuas brincadeirinhas já perderam a graça, como eu dissera antes, eu amadureci, exatamente do jeito que por tanto tempo importunara meu sono para que eu o fizesse, e agora não mais graça tem saber que achas que ainda sou submissa a ti. Não mais sou vulnerável, ingênua, pequena, sua menininha. Quando me disseras que partiria eu não entendera que era pra sempre, não conhecia tua doença.. Ouvira antes falar em morrer de amor, mas não por falta dele. Sintonize tua alma ao teu corpo, faça-os entender que ambos têm de permanecer juntos, mortos, como você decidiu ficar.
    Deixe que o manto da noite te acolha, te proteja, te esquente. Deixe o vento levar o que restou de ti, deixe que a chuva escorra a sujeira pra bem longe de mim, e o sol brilhe como se nada tivesse acontecido. Deixe o mundo girar e o planeta se alinhar aos outros, deixe cada coisa em seu lugar. Não precisamos mudar o bem-estar de todo mundo pra fazer você adormecer. Adormeça, silencie a alma, feche os olhos e durma bem. Agora é hora de dizer boa noite..

Tudo que vai volta

Acho que eu acordei meio deprê hoje, não sei se é a TPM ou se são as circunstâncias do dia-a-dia que me deixaram meio abalada, ou talvez sejam ambos. O fato é, voltei! Não sei se eu estou muito afim de divulgar o blog a essa altura do campeonato, mas o que importa é que ele tá aqui pra mim quando eu precisar. Ultimamente não tenho tido tanta inspiração pra escrever, o que tem me deixado realmente nos nervos, mas acontece com todo mundo, não?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Things we heard today

Love is a losing game.

Love, such a silly game we play..

Music plays a mind trick.

But its getting ,oh, so hard to spend these days without my heart.

domingo, 1 de agosto de 2010

Amor, 3

Não mais de amor posso chamar o que a gente tem, tinha. Era tudo mentira, eu sempre soube, você sempre soube. Pra quê continuar a fingir que era tudo real? Só me responde o que eu sempre tive curiosidade de saber: era tudo medo de estar sozinho?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Later that year

Estava tudo muito calmo naquela manhã ensolarada de domingo, quando ele entrou. A rua estava vazia e ainda assim quente. Sabem como é, céu de Brasília.. Mas bastava que um pé seu fosse de encontro ao chão para o clima mudar. O sol que antes brilhava, ficara escondido atrás das nuvens. E meus olhos que antes sorriam, agora choravam. Não de saudades, uma vez que as lembrancças ainda restantes foram diluídas por todas as gotas de meu sangue minimizando seu efeito - eu já mal podia sentir o calor das suas mãos e muito menos o toque de seu corpo no meu - mas de tristeza pela parte de mim que ele levara embora. Levara meu coração e meu amor, minha capacidade de amar e ser amada. Levara com ele nossa história de não mais que duas estações (verão e outono, se a memória não me falha), nos quais no começo o amor ardia como o sol do meio-dia e era dia para sempre, mas com a mudança pro outono, minhas lágrimas caíam secas e mortas de cansaço como as folhas ao chão. A agonia do reencontro me perturbara desde então. Fôra-se a primavera de Ipês amarelos, o inverno de pouca umidade, as águas de março fechando o verão, para o outono chegar e trazer o inevitável à tona para mim. É triste. É triste ter tanta gente e sentir-me tão só. É triste que tão sozinha nessa rua o que se destaca é o vazio dos seus olhos ao ver os meus. É tão desconcertante que meu coração perde a melodia dos batimentos ao esconder do sol. Meu coração congela e pára, porque o frio condensa os sentimentos e com eles a água que desce dos meus olhos, tão descontentes e desapaixonados, tão mudos e tão calados. Cumprimento-o com o olhar. Mal posso sorrir, meus lábios racham esperando que o calor do seu abraço venha me aquecer. Mas no fundo eles sabem que não virá, pois os mesmos braços que me acolheram, não meus são mais; e o coração que por mim batia, para mim não sorri mais. Já não sei mais o que sei, o que fui, o que sou.
"Sorria" - eu penso como quem esperasse ser escutada.
E então ele o faz, consertando a sintonia do pensamento.

Untitled

Fôra este meu maior amante
Em que o amor surgiu brilhante
Cuja cor não sei dizer
Cuja dor não sei sentir
Vejo as estrelas do mirante
Ardentes com o Sol
Frias como a Lua
Lua, ó lua
Traz de volta esse rapaz
Sem o qual não sei viver
Não sei se fôra um sonho
E se fôra eu acordei
Com um surto e uma banda
Tocando o batuque do choro
Ó, senhor Sol
Me dê de volta a alegria
Que me deixara aqui chorando
Quando partira com meu amor
Remando pelo rio
Passando pelas correntezas a favor do vento
Que contra mim vinham urrando
Grito com a tristeza (contra a qual nada posso)
E se a estrela cadente passar
Peço que o futuro seja só nosso

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Amor, 2

A utopia que a gente criou para viver já acabou. Não consigo mais inventar elementos para nos satisfazerem, muito menos para nos fazerem felizes. Chega de viver num lugar inexistente, de viver criando o impossível. Estou demasiada desiludida, desenganada. Mesmo que antes do tempo, basta.

12/04/10 2

Era todo dia noite. Não existia mais o Sol. Ele morreu quando nosso fogo se apagou. Nosso não, meu. Era permanentemente inverno, só nevava. A temperatura era tão baixa a ponto de não me dar vontade de sair de casa nunca mais. E assim o fiz, por mais duas estações de inverno. Em um dia qualquer, recebí uma carta com a feliz notícia de que o Sol havia voltado. Desacreditada, abrí a porta para conferir tal novidade. Não me disseram calúnias, ele realmente estava lá. Um raio de sol entrou pelo orifício me mostrando o quão empoeirada a casa estava, e o material nela me parecera antiquadom velho, precisando de uma mudança. Troquei as peças, afinal, mudar faz bem. Maravilhosamente bem, convenhamos. Antes que eu pudesse perceber, meu mundo estava de cabeça para baixo, vulgarmente dizendo. Mas era a melhor sensação possível. Não mais havia poeira nas estantes e cada pedaço do que quer que fosse que pudesse trazer à tona meu passado sombrio fôra jogado fora. O momento é de luz, claridade. É primavera-verão e vice-versa. Tempo de amor, tempo de amar, tempo no qual a escuridão não aparece sequer na lembrança mais remota.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hey, soul sister

Hey, soul sister que no meu caso é brother. Parece que eu te conheço de outra vida, ou que no mínimo nossos destinos foram traçados de tal maneira que nós pudéssemos descobrir que sim, existe uma alma gêmea esperando por cada um, e que não necessariamente isso venha a ser uma característica exclusiva de uma paixão. Seja como for, as teorias, as vontades, os pensamentos e até o físico são parecidos. Mas talvez seja só sorte de ter encontrado alguém cujos interesses são tão iguais e sem nenhuma intenção além de uma amizade nova. As palvras que você diz as vezes parecem ter saído do meu pensamento e as músicas do meu ouvido. As histórias que você me conta são as pelas quais eu passei e os medos são os que eu vivo. Afinal de contas, hey soulmate.