quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ora, ora, que tola fizeste de mim

Quantas de mim você criou
Se já não sabe como sou
Se há tempos mudei?
Como sabe o que fiz,
O que disse,
O que penso,
Se sequer te contei?
Vou te contar...
Não crie imagens de mim,
Não tente me desvendar,
Não conte mentiras.
Canse de mim, de ti.
Não sou assim, não sou.
Não me pinte em folhas tortas,
Não me deixe como árvores mortas,
Sem cor, sem dor, sem fim.
Eterna.
Serena.
Pois ora sou fera,
Ora materna.
Ora suave,
Ora megera.
Ora sou tua,
Ora não sou.
Se não decides tu,
Decido eu.
Não sou, não sou, não sou.
Cansei
De ti, de tuas mentiras,
De tuas palavras
Sem significado,
De teus olhares
Vazios,
De teus cadarços
Sem laço.
Quero que vá embora,
Que tome teu rumo sem volta,
Que vá atrás de teus sonhos
E que não me inclua nessa empreitada.
Porque sozinha sou forte,
Sem ti, tenho sorte
Senti tua morte
Morrida como havia de ser.
Difícil foi esquecer seu cheiro
Sua mão,
Seu beijo,
Mas agora vá embora
Que sozinha sou forte.
Não conte mentiras,
Não conte versões,
Não se esqueça quem começou.
Não manipule lá fora
Porque o mundo devora
Quem começa tantas confusões..
Não tem caminho que traga
Você de volta pra mim,
Não faça assim..
Vamos começar agora
Pelo fim.
Fim.


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